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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

OFICINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

OFICINA DE LÍNGUA PORTUGUESA: 15 de OUTUBRO DE 2009
TP: 6 UNIDADES: 21 e 22.


PAUTA:

01. Sensibilização
02. Relato de experiência
03. Fundamentação teórica
04. Socialização
05. Dinâmica
06. Avançando na prática
07. Apresentação coletiva
08. Avaliação da oficina
09. A próxima oficina
10. Confecção de cartões

Começamos o encontro com a leitura do texto: " IDENTIDADE"de Hardy Guedes

Às vezes, num fim de tarde,
Não sei porque, eu me sinto assim,
Feito alguém sem identidade,
Parece até que eu perdi de mim,
Nas ruas dessa cidade,
No meio desse vai-e-vem sem fim,
Buscando minha verdade
Sem saber pra onde vou, nem de onde eu vim.
Então, eu parto em busca da nascente,
Onde brotei, riacho de água clara,
E vou regar a flor do novo amor
Que no meu peito o coração prepara.
Peço carona a um pé-de-vento
Que passe onde cresça a açucena
Pra aprender como se rouba o cheiro
Da maciez de uma pele morena.
Às vezes, num fim de tarde...(refrão)
Então, eu deito à sombra da mangueira,
Como se fosse fim de primavera,
Pra que a boca, com o gosto do fruto,
Saiba a doçura que a alma espera.
Vou me banhar lá na cachoeira,
Véu de noiva branco como o linho,
Para lavar do peito toda a mágoa,
Da pele, o pó que trago do caminho.
Às vezes, num fim de tarde...(refrão)
Mas eu bem sei que a minha identidade
Mora em meu canto, verso e melodia,
Mora na moça que eu beijo de leve,
Como uma flor que o vento acaricia.
Mora nas asas do meu pensamento
Quando liberta a suave rebeldia
De quem ainda crê, seja possível
Ganhar o pão, sem perder poesia.



Refletimos sobre o texto, a importância do professor e a construção da identidade que o mestre deve construir ao longo da sua visa profissional. Em seguida, dando início as atividades, ouvimos mais uma vez o depoimento de alguns professores sobre sua vida como mestre e também das atividades que foram realizadas na sala de aula no decorrer do mês.Dentre os vários depoimentos, alguns se destacaram pela postura do professor em propor atividades diversificadas para desenvolver suas aulas de língua portuguesa. O que me chamou mais atenção foi o relato de uma cursista que fez um diagnóstico no início do ano com os alunos de 5ª série e guardou os textos produzidos na época. Agora pediu outra produção textual e pôde comparar e comprovar o avanço dos seus alunos. Este relato gerou uma discussão muito gostosa, pois, foi enfatizado como o acompanhamento do professor e a disposição em realmente propor um trabalho que possa favorecer o crescimento do aluno é importante. Daí surgiu a reflexão sobre a diferença entre ser "professor" e ser "educador". Após essa discussão, lemos o texto " Linguagem" retirado da internet, via e-mail:


"Em uma escola heterogênea, onde estudam alunos de várias classese sociais, durante uma aula de português, a professora pergunta:

- Qual é o significado da palavra "óbvio"?

Rapidamente, Marcílio, rico, um dos mais aplicados alunos da classe, que estava sempre muito vestido, cheiroso e bonito, respondeu:

- Prezada professora, hoje acordei bem cedo, ao raiar da alva, depois de uma ótima noite de sono no conforto do meu quarto particular. Desci a enorme escadaria de nossa humide residência e me dirigi à copa onde era servido o café. Depois de deliciar-me com as mais apetitosas iguarias, fui até a janela que dá vista para o jardim de entrada e admirei aquela bela paisagem por alguns minutos, enquanto pensava como é agradável e belo o viver. Virando-me um pouco, percebi que se encontrava guardado na garagem o automóvel BMW pertencente a meu pai. Pensei com meus botões: " É ÓBVIO que meu pai foi ao trabalho de Mercedes."

Sem querer ficar para trás, Guilherme, de uma família de classe média, acrescentou:

- Professora, hoje eu não dormi muito bem, porque meu colchão é meio duro. Mas eu consegui acordar assim mesmo, porque pus o despertador do lado da cama para tocar cedo. Levantei meio zonzo, comi um pão meio muxibento e tomei café. Quando saí para a escola, vi que o fusca do papai estava na garagem. Imaginei: " É ÓBVIO que o papai foi trabalhar de ônibus".

Embalado na conversa, José, de classe baixa, também quis responder:

- Fessora, oje eu quase num durmi, purquê teve tiroteio até tarde na favela. Só acordei di manhã purquê tava morreno di fome, mas num tinha nada pra cumê mesmo... quando oiei pela janela du barracão, vi a minha vó cum jornal dibaxo du braço e pensei: "É ÓBVIO qui ela vai cagá. Num sabe lê!"


O texto gerou uma calarosa discussão sobre os argumentos usados por cada aluno para explicar o significado da palavra óbvio. A partir do texto, propus a seguinte atividade:

1. Organização de grupos de discussão sobre um assunto de interesse deles;

2. Cada grupo deve definir qual será a tese a ser defendida;

3. De cada grupo deve sair uma ou mais sugestões de argumentos que comprovem essa tese;

4. Um quadro semelhante ao da atividade 4 do Tp 6 p. 23 deve ser organizado, esquematizando a argumentação do texto;

5. A partir do quadro, cada grupo deve dar sua própria redação ao tema.


Os grupos produziram textos muito interessantes e em seguida fizemos a leitura do texto " Ampliando nossas referências: Argumentação " das páginas 59 até 61.Esse texto provocou uma reflexão interessante sobre a importância dos argumentos usados para nos comunicarmos.

Para aprofundar a discussão apresentei o texto"FALÁCIASFORMAIS" de Maria Lúcia de Arruda Aranha:


Nas falácias formais, o argumento não atende às regras da inferência válida.Entre as regras da coversão de proposições nas chamadas inferências imediatas, só se pode converter simplesmente uma proposição universal quando se trata de uma definição ou quando na recíproca os termos mantêm a mesma quantidade. Por exemplo: "Todo quadrado é um losango que tem um ângulo reto, portanto, todo losango que tem um ângulo reto é um quadrado". Caso contrário, trata-se de falácia:"Todos os mamíferos são vertebrados, logo, todos os vertebrados são mamíferos"".Vejamos mais dois exemplos:


Exemplo 1:


Todos os homens são loiros.

Ora, eu sou homem.

Logo, eu sou loiro.


Exemplo 2:


Todos os elefantes são vertebrados.

Ora, Jumbo é vertebrado.

Logo, Jumbo é elefante.


Á primeira vista ficamos tentados a dizer que o argumento 1 não é válido e o 2 é válido. Mas não é tão simples assim. Embora o 1 tenha a primeira premissa materialmente falsa (ou seja, o conteúdo dela não corresponde à realidade), trata´se de um argumento formalmente correto. Segundo as regras da lógica, colocadas tais premissas, necessariamente segue-se a conclusão.

Por outro lado, o argumento 2, que tendemos a considerar válido, é formalmente inválido. Não importa que a conclusão seja verdadeira, mas sim qua não se trata de uma construção logicamente válida.. Basta lembrar uma das regras do silogismo, segundo a qual o termo médio dever ser, pelo menos, uma vez, total. O termo médio "vertebrado" é particular nas duas proposições (os elefantes são alguns dentre os vertebrados, e Jumbo é um dos vertebrados).

Enfim, para se provar (demosntrar) a verdade da conclusão é preciso: 1. partir de premissas verdadeiras; 2. utilizar um argumento válido que conduza a essa conclusão".


A leitura e discussão do texto acima deu panos para mangas, em relação ao conteúdo trabalhado.

Para trabalhar o conteúdo "produção textual: planejamento e escrita"foram propostas as atividades do TP. Após uma dinâmica para formação de grupos, dividi as atividades da unidade 22 entre eles para que pudessem ler e socializar as propostas apontadas pelo TP.Enfatizamos as estratégias que devem ser usadas para produzir um texto. Simulamos um planejamento de escrita a partir da leitura de uma charge. O resultado foi muito bom, pois os professores puderam discutir sobre a importância do planejamento na construção do texto escrito.

Em seguida, os professores receberam mensagens sobre o dia do professor e foram convidados a preparar uma aula.

Vejamos alguns exemplos:


Mensagem: 'AO MESTRE COM CARINHO"


Objetivo: Produzir mensagem para o dia do professor.


01. Conversa informal sobre o professor;

02. Leitura silenciosa da mensagem;

03. Leitura dramatizada da mensagem;

04. Discussão sobre o gênero apresentado: mensagem;

05. Construção, pelos alunos, de um relato sobre sua trajetória escolar;

06. Produção coletiva de uma mensagem para o professor.

07. Socialização dos textos produzidos;

07. Produção de um livro contendo as mensagens para o professor.


Mensagem " O PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO"


Objetivos: Estimular a capacidade reflexiva do aluno;

Explorar a oralidade e argumetação do aluno.


01. Conversa informal sobre "ser professor"

02. Dinâmica formação de dois grupos;

03. Apresentação, pleos alunos, dos aspectos positivos e negativos da profissão;

04. Construção de um painel contendo os aspectos descritos.

05. Socialização dos trbalhos produzidos.


Mais uma vez, enfatizamos a importância do planejamento na produção dos trabalhos. Logo após, socializamos alguns avançando na prática, fizemos uma rápida avaliação do encontro e sugerir as leituras e atividades para a próxima oficina.

Para finalizar, construímos cartões para o professor que foram trocados entre os participantes do encontro. O encontro foi muito descontraído e produtivo.


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